Domingo
dia 27 de Setembro – 17h
Cine-Teatro Garrett
O Medo Azul
Quinta Parede (Porto – PT)
A partir do conto
"Barba Azul" de Charles Perrault
encenação José Caldas
Um espectáculo teatral sobre o medo
para crianças a partir dos 4 anos, adolescentes e adultos.
* Sobre O Medo Azul Depois de viajar nostálgica e ludicamente no universo de Andersen com o espetáculo "O rouxinol" e dos irmãos Grimm com os espectáculos "Pedrinhas de luar" (Hansel e Gretel) e "Os três cabelos de ouro do diabo", o desejo de continuar este percurso dentro das infâncias e das memórias coletivas continua sempre vivo. Reviver os grandes medos da infância, deixar-se invadir com prazer pelos sobressaltos e sentir de novo o grande arrepio: "(…)E pegando-lhe nos cabelos com uma das mãos e levantando o cutelo com a outra, ia descarregar-lhe o golpe, quando a desventurada, volvendo para ele os olhos amargurados…" (1) Em toda a Europa, depois da Idade Média até a nossa época, as bruxas, os ogres, os lobisomens e outros mitos não deixaram, ao longo dos séculos, de fazer medo às crianças. Estes personagens fantásticos que povoam nosso inconsciente coletivo, animaram numerosas histórias muitas vezes aterrorizantes. O "monstro" Barba Azul é uma dessas figuras míticas e arrepiantes. "… e esta pequena chave, que é do gabinete que fica no extremo da galeria dos aposentos do rés-do-chão, podes abrir todas as portas e percorrer todas as divisões, só não poderás ir aí. Proíbo-te de tal modo que nem imaginas como seria minha cólera se me desobedecesses."(2) O Barba Azul conduzirá o público, pequenos e grandes, ao coração do medo através deste conto maravilhoso. Os intertextos dos irmãos Grimm, que também contaram este personagem, ou os contos tradicionais, de França "O barba ruiva" e o português "O colhereiro" vão mostrar a universalidade deste mito e dotar o espetáculo de uma maior densidade dramática. A poética da encenação terá como motivo a exploração das técnicas do contador de histórias, isto é, como um só actor pode dar voz e imagem à multiplicidade de personagens e ao papel central de narrador? Representar alternativamente Barba Azul, sua esposa, sua irmã, seus irmãos, e conseguir tornar sensível a sucessão de universos e de emoções que se entrecruzam. Ficha Técnica e ArtísticaEncenação de José Caldas
Cenografia de Marta Silva
Música de Miguel Rimbaud
Interpretação – José Caldas
Sobre A Quinta Parede
A quarta parede é o termo que, por convenção se define em teatro o lado do palco virado para o público, aquela linha ideal de demarcação que separa o lugar da representação do espaço reservado aos espetadores.
A Quinta Parede é um projeto que pretende realizar com o seu jovem público um intenso atravessar desta metafórica zona de fronteira colocada entre o palco e a plateia, na convicção de que só a continuidade de tais “passagens” consinta a iniciação de uma eficaz relação teatral com as novas gerações e a criação de um público mais crítico e culto.
Com residência no norte de Portugal desde 1997 sonhamos envolver-nos com a comunidade. Desde a infância a procura de um público multietário que venha desejar o teatro e aprender a ama-lo. Teatro que se quer como direito democrático e cívico.
Constatamos que entre as razões mais subtis e mais complexas que as pessoas têm para ir ao teatro é o seu desejo de testar, de ampliar e de explorar a sua necessidade de sociabilização. De provar o sentimento de pertença a uma comunidade e de combater o sentimento de solidão e isolamento que as sociedades ocidentais tendem a suscitar e acentuar. Porque, talvez, no teatro, esses espetadores estejam ligados de maneira imprecisa, mas percetível aos outros membros do público.
Assim, queremos que esta experiência teatral, embora vaga e indireta nos proporcione a saudade do teatro, embelezada por uma aura mítica, onde o prazer estético se entrelaça com o prazer social.
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